Hora de ir para a
escola
Carlos Guilherme Lourenço da Silva*
- Está na hora de acordar.
- Não quero.
- Vamos, filho, levante. Se não
levantar, falo com o seu pai.
- Pode falar, sai do meu quarto.
- O que você falou?
- Não quero ir, vou dormir.
A mãe saiu do quarto, foi para a
cozinha e encontrou o marido.
- Rafael, o Gabriel me respondeu.
- Por quê?
- Ele não quer se levantar e se
arrumar para ir à escola.
- Vou conversar com ele agora.
O pai entrou no quarto e viu o filho
dormindo, mesmo com pena o acordou.
- Filho, acorda, levanta logo, você
precisa ir para a escola.
- Pra quê ?
- Para aprender, se informar, ser
alguém na vida. Filho, não faça isso ! Eu e sua mãe só queremos o seu bem. Na
minha época, quando meus pais diziam está na hora de acordar, eu levantava e
pronto. Porque sou muito paciente você fica abusando. Vamos se arrume !
- Não estou com vontade.
- Como? Repete para ver o que
acontece.
- Hoje eu vou, mas amanhã eu não vou
à escola.
- Vai sim.
- Não vou.
- Agora você vai ver o que vai
acontecer – disse o pai.
Então o pai pegou o celular do filho
e o colocou no bolso. E, como num passe de mágica, o filho penteou o cabelo,
colocou o uniforme, calçou as meias e os sapatos, escovou os dentes, de um
beijo no pai, outro na mãe e foi para a escola. E todos os dias, agora, os pais
nem precisavam chamar o filho duas
vezes. O celular guardado foi um santo remédio.
(*) Aluno da Turma 602.
- Texto publicado na pág. 48, livro
“Crônicas Jovens – Histórias que ganham o mundo”, editora Horizonte, 2015.
- obra que contou com o patrocínio da Shell do
Brasil.
Comentário:
Parabéns ao aluno que demonstrou
sensibilidade em sua redação para nos mostrar um caso corriqueiro, qual seja a
dificuldade que os estudante têm de se libertar do celular.
A matéria evidencia também que
muitos alunos não gostam de ir à escola hoje em dia.
Os pais, às vezes, tem que utilizar
com rigor a Educação dos filhos. Muitos jovens ainda não atinaram para o fato
de que o futuro de cada um reflete-se no comportamento do dia a dia em sala de
aula.
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