segunda-feira, 1 de maio de 2017

Um conto estudantil



 Hora de ir para a escola

Carlos Guilherme Lourenço da Silva*

- Está na hora de acordar.

- Não quero.

- Vamos, filho, levante. Se não levantar, falo com o seu pai.

- Pode falar, sai do meu quarto.

- O que você falou?

- Não quero ir, vou dormir.

A mãe saiu do quarto, foi para a cozinha e encontrou o marido.

- Rafael, o Gabriel me respondeu.

- Por quê?

- Ele não quer se levantar e se arrumar para ir à escola.

- Vou conversar com ele agora.

O pai entrou no quarto e viu o filho dormindo, mesmo com pena o acordou.

- Filho, acorda, levanta logo, você precisa ir para a escola.

- Pra quê ?

- Para aprender, se informar, ser alguém na vida. Filho, não faça isso ! Eu e sua mãe só queremos o seu bem. Na minha época, quando meus pais diziam está na hora de acordar, eu levantava e pronto. Porque sou muito paciente você fica abusando. Vamos se arrume !

- Não estou com vontade.

- Como? Repete para ver o que acontece.

- Hoje eu vou, mas amanhã eu não vou à escola.

- Vai sim.

- Não vou.

- Agora você vai ver o que vai acontecer – disse o pai.

Então o pai pegou o celular do filho e o colocou no bolso. E, como num passe de mágica, o filho penteou o cabelo, colocou o uniforme, calçou as meias e os sapatos, escovou os dentes, de um beijo no pai, outro na mãe e foi para a escola. E todos os dias, agora, os pais nem precisavam chamar o filho duas  vezes. O celular guardado foi um santo remédio.


(*) Aluno da Turma 602.

- Texto publicado na pág. 48, livro “Crônicas Jovens – Histórias que ganham o mundo”, editora Horizonte, 2015.

- obra  que contou com o patrocínio da Shell do Brasil.

Comentário:

Parabéns ao aluno que demonstrou sensibilidade em sua redação para nos mostrar um caso corriqueiro, qual seja a dificuldade que os estudante têm de se libertar do celular.

A matéria evidencia também que muitos alunos não gostam de ir à escola hoje em dia.

Os pais, às vezes, tem que utilizar com rigor a Educação dos filhos. Muitos jovens ainda não atinaram para o fato de que o futuro de cada um reflete-se no comportamento do dia a dia em sala de aula.

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