Um escritor do povo e para o povo:
Lima Barreto
Quando comemoramos o aniversário da
morte de alguém, é para lembrar que essa pessoa vive de alguma maneira, pela
sua importância. É o que acontece nesse
mês de novembro, quando um escritor excelente faz 90 anos de morto. É Lima Barreto, um escritor muito especial.
Apesar de ter vivido no século passado, o que ele escreveu tem muito a ver com
os dias atuais. Na sua época, quase todos os escritores inventavam romances açucarados,
com heróis e mocinhas, que viviam fora da realidade do povo comum. Eles formavam o “sorriso da sociedade”, num
mundo de fantasia sem grandes problemas no cotidiano. Você vê muito disso por
aí, ainda. Mas Lima Barreto escrevia diferente. Ele era mais parecido com o
povo, mulato, pobre, mas batalhador. Preferia contar histórias de personagens
mais reais, gente humilde que fazia força para sobreviver num país cheio de
injustiças como ainda é o nosso. Negros
discriminados, trabalhadores mal pagos, mulheres dominadas, pessoas honestas cercadas
de corruptos, coisas assim. Foi assim com Clara dos Anjos, uma mulatinha enganada
por um conquistador barato e que enfrentou a discriminação da família dele;
Isaías Caminha, que abandonou sua cidade no interior para ser jornalista no Rio
de Janeiro; Policarpo Quaresma, que sonhava servir ao Brasil e foi perseguido
pelo governo. Apesar das histórias com
tristeza e luta, Lima sempre deixava uma mensagem para seus leitores: que eles
também tinham de ser corajosos e lutar por um mundo melhor. E você, tem coragem de lutar por um mundo
melhor?
- Texto de Sergio Mesquita, Mestre em História e professor da EEAC.
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