O PROJETO
Junho/Julho/Agosto/Setembro/Outubro - 2018 –
nº 66 – Pilar –
Jornalzinho Artesanal da Escola Estadual Assis Chateaubriand.
Duque de Caxias – RJ – Baixada Fluminense – Prof. Antonio Carlos Rocha.
NOSSOS
ALUNOS E O FOLCLORE
Prof.
Sergio Mesquita
A comemoração
do Dia do Folclore faz parte das atividades deste ano letivo. Assim, fizemos com
as turmas 601 e 602 uma atividade sobre Folclore utilizando um texto recente de
Literatura de Cordel, de 2013. Nele, se narra o encontro entre um madeireiro
destruidor de florestas e um saci-pererê. Sobre o texto, anotei algumas
OBSERVAÇÕES DOS ALUNOS.
Algo que eles
em geral perceberam era a mudança na aparência e na apresentação visual do mito
do saci no texto. As alunas Cauanne Rosa e Jessica (601) lembraram: “Porque o saci-pererê vem como redemoinho.
[O] menino [do texto em cordel] aparece com cabelo arrepiado, pretinho como o
carvão, [...] e fala que ele vinha montado num porco espinho”.
As alunas Marcella e Karolayne (601) tiraram
uma conclusão: “Mas na verdade era o
Curupira, porque o Saci não monta em porco espinho, e o Curupira tinha mentido
dizendo que era o Saci”.
As alunas
Thayane e Kléo (601) concordaram em que a imagem tinha mais a ver com a do
Curupira, e acrescentaram: “o curupira
defende as matas e o saci não monta em um porco espinho”. Além disso,
observaram que o texto também “tem erros
de localização, porque a lenda do saci ocorre na região Sudeste e na história
ocorre na região Norte”.
A aluna
Kayllane (602) comentou em sua redação: “Essa
história conta que a natureza é bela e não precisa ser derrubada para fazer
shoppings, lojas, prédio etc. E assim as pessoas não passam mal e nem ficam
tristes. [...] E fala do personagem: “O
Saci-Pererê sempre traz alegria pras pessoas que ler[em] as suas histórias em
quadrinhos ou em livros também.”
Vimos
nisso, e também na lembrança do Curupira como defensor da mata, a utilização
tradicional do mito sendo reposta numa MENSAGEM ECOLÓGICA, atual para nossos
tempos, que diversos alunos lembraram nos seus resumos, e que no texto funciona
como uma “moral da história”, admitida pelo vilão no final: “[...] nunca mais quero saber de uma árvore
derrubar/ a natureza é divina,/ o correto é preservar.”
Um
dos objetivos dessa atividade era provocar a reflexão sobre as MUDANÇAS que, ao
longo do tempo, o folclore nacional sofre, por influência dos novos meios de
comunicação social (mídias), e da imaginação de novos autores, que acrescentam
ou retiram detalhes da caracterização dos seus mitos. Também queríamos induzir
os alunos a uma observação dos VALORES SOCIAIS abordados nas narrativas
folclóricas, e a função desses mitos nas atitutes da sociedade que os cria e
modifica.
Dessa
atividade de leitura e escrita, lúdica e reflexiva, estimulando os alunos a
participar, tiramos essas CONCLUSÕES:
-
A cultura popular, como o folclore e suas manifestações, sofre MUDANÇAS ao
longo do tempo e se ADAPTA às necessidades, às tecnologias e gostos das
sociedades que a criam e a mantêm;
-
Essas mudanças não destroem necessariamente os elementos culturais, mas os
rearticulam, ATUALIZAM e dão-lhes novos SIGNIFICADOS e UTILIDADES sociais;
-
Uma dessas utilidades sociais é a CONSCIENTIZAÇÃO ECOLÓGICA, especialmente para
os mais jovens, numa época em que a destruição sofrida pelo meio ambiente é uma
ameaça à vida de todos nós;
-
O folclore e suas manifestações, como a Literatura de Cordel, conservam seu
valor cultural e social, desde que ACOMPANHEM as necessidades, as tecnologias e
gostos predominantes na sociedade, a cada momento histórico.
Parabéns às turmas 601 e 602, que
desenvolveram conosco esse trabalho!
Texto utilizado: O encontro de um madeireiro ganancioso com o
saci pererê, do cordelista Isael de Carvalho, 2013.
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Pensamentos e Reflexões:
*Importante: Todos
os textos e ilustrações que aparecem no jornalzinho são colaborações
inteiramente grátis de alunos, ex-alunos, familiares, professores, funcionários
e demais interessados em somar para um Projeto Cultural que visa
dinamizar a comunidade escolar e o seu entorno. Algumas imagens colhidas na
web, são domínio público, tem sentido educativo. Se, por acaso, algum
proprietário das imagens e/ou textos reclamar a origem, avise-nos que
retiraremos . Agradecemos a todos (as).
* Cuide da sua Escola e dos
móveis escolares, das paredes e ventiladores. Este estabelecimento de ensino é
a sua segunda casa. Está sendo pintado, reformado para os 50 anos que a EEAC –
Escola Estadual Assis Chateaubriand vai completar brevemente, meio século de
vida dedicados ao Ensino Fundamental.
* Muitos alunos e alunas estão
nos passando pensamentos, dicas, reflexões, provérbios que eles encontram na
web, ou escrevem de suas cabeças, recriando algo já visto. Breve iremos fazer
uma edição especial só com estes pensamentos do dia. É um belo trabalho de
pesquisa literária.
*
Por exemplo, neste mês de outubro estamos trabalhando com as turmas 601 e 602,
as famosas advinhas. Normalmente parece um jogo, ou quebra-cabeça, mas, na
verdade, é uma forma de Literatura Oral. Quando o ser humano ainda não havia
criado a Escrita, o que imperava era a Literatura Oral que passava de boca a
ouvido e os antigos povos reuniam-se, à noitinha, em torno das fogueiras e
contavam suas histórias, advinhas e outros itens que vamos abordar mais
adiante.
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